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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pré-conferência de Cultura na Casa Brasil

No dia 25/07, das 9:00 as 14:30, aconteceu a pré-conferência de Cultura na Casa Brasil, em Imbariê. Esse encontro visava acumular as discussões para a III Conferência Municipal de Cultura, que ocorrerá em de novembro. Esta por sua vez, precede as conferencias estaduais e a nacional, prevista para março de 2010, fechando um amplo processo de discussões sobre políticas públicas para a Cultura em nosso país.
Estiveram presentes na pré-conferência cerca de 40 pessoas de diversos grupos populares do 3° distritos, além de outros participantes. Vários assuntos foram abordados e destacarei alguns pontos que considero importante debatermos.

1-Estamos atravessando um processo de mudanças na Lei de incentivo à cultura, a lei Rouanet. Essas mudanças visam equilibrar a distribuição dos recursos para que todos os produtores culturais, não só os grandes e famosos, recebam financiamento.
2-Em Duque de Caxias, já possuímos um Fundo Municipal de Cultura, porém uma serie de empecilhos burocráticos impede a utilização dos recursos. É necessário dar transparência ao fundo e criar mecanismos democráticos para a distribuição dos recursos entre os produtores culturais e artistas em geral.
3-Foi sugerida a construção de um fórum permanente de discussões sobre a cultura no 3° distrito. A primeira reunião está marcada para o dia 22/08/09, as 10:00, na Casa Brasil. Tod@s estão convidados.

O coletivo BoraCaxias tá na área e busca contribuir no debate e na socialização das informações. Essa cidade é nossa e vamos lutar para torná-la um lugar melhor para se viver. Também sabemos que para as coisas melhorarem é fundamental a participação da sociedade nas discussões e na disputa política.

Participem dos debates.
e...
BoraCaxias

Livro de Rua na FEBF

No dia 21/07 foi inaugurada a Biblioteca da Liberdade na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. Foram libertos 200 livros e houve passagem de sala para explicar à comunidade acadêmica como funciona o projeto. Tivemos uma boa receptividade e rapidamente muitos livros foram pegos. Recebemos bastante apoio e alguns professores e alunos já se disponibilizaram em doar livros para que o projeto cresça mais.
Nós, do coletivo BoraCaxias, participamos e acreditamos nesse importante projeto de democratização ao acesso a leitura. Para o segundo semestre de 2009 estamos programando uma mesa de discussão sobre o acesso a leitura no país, buscando entender o papel do Estado, do setor privado e da sociedade civil para a construção de um país de leitores.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Assinem o O Manifesto por um Brasil literário

O Manifesto por um Brasil literário é uma iniciativa de um grupo de instituições e pessoas envolvidas com a leitura literária no país. Este documento pretende ampliar o debate em torno da importância da leitura de livros de literatura, acolher propostas e engajar o maior número de pessoas em torno desta causa. É o primeiro passo para a criação de um Movimento por um Brasil literário.


http://www.brasilliterario.org.br/participe.php


http://livroderua.wordpress.com/

Participem

Manifesto por um Brasil literário

Manifesto por um Brasil literário

O Instituto C&A, se somando às proposições da Associação Casa Azul – organizadora da Festa Literária Internacional de Paraty -, à Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, ao Instituto Ecofuturo e ao Centro de Cultura Luiz Freire, manifesta sua intenção de concorrer para fazer do País uma sociedade leitora. Reconhecendo o êxito já conferido, nacional e internacionalmente à FLIP, o projeto busca estender às comunidades, atividades mobilizadoras que promovam o exercício da leitura literária.

Reconhecemos como princípio o direito de todos de participarem da produção também literária. No mundo atual, considera-se a alfabetização como um bem e um direito. Isto se deve ao fato de que com a industrialização as profissões exigem que o trabalhador saiba ler. No passado, os ofícios e ocupações eram transmitidos de pai para filho, sem interferência da escola.

Alfabetizar-se, saber ler e escrever tornaram-se hoje condições imprescindíveis à profissionalização e ao emprego. A escola é um espaço necessário para instrumentalizar o sujeito e facilitar seu ingresso no trabalho. Mas pelo avanço das ciências humanas compreende-se como inerente aos homens e mulheres a necessidade de manifestar e dar corpo às suas capacidades inventivas.

Por outro lado, existe um uso não tão pragmático de escrita e leitura. Numa época em que a oralidade perdeu, em parte, sua força, já não nos postamos diante de narrativas que falavam através da ficção de conteúdos sapienciais, éticos, imaginativos.

É no mundo possível da ficção que o homem se encontra realmente livre para pensar, configurar alternativas, deixar agir a fantasia. Na literatura que, liberto do agir prático e da necessidade, o sujeito viaja por outro mundo possível. Sem preconceitos em sua construção, daí sua possibilidade intrínseca de inclusão, a literatura nos acolhe sem ignorar nossa incompletude.

É o que a literatura oferece e abre a todo aquele que deseja entregar-se à fantasia. Democratiza-se assim o poder de criar, imaginar, recriar, romper o limite do provável. Sua fundação reflexiva possibilita ao leitor dobrar-se sobre si mesmo e estabelecer uma prosa entre o real e o idealizado.

A leitura literária é um direito de todos e que ainda não está escrito. O sujeito anseia por conhecimentos e possui a necessidade de estender suas intuições criadoras aos espaços em que convive. Compreendendo a literatura como capaz de abrir um diálogo subjetivo entre o leitor e a obra, entre o vivido e o sonhado, entre o conhecido e o ainda por conhecer; considerando que este diálogo das diferenças – inerente à literatura – nos confirma como redes de relações; reconhecendo que a maleabilidade do pensamento concorre para a construção de novos desafios para a sociedade; afirmando que a literatura, pela sua configuração, acolhe a todos e concorre para o exercício de um pensamento crítico, ágil e inventivo; compreendendo que a metáfora literária abriga as experiências do leitor e não ignora suas singularidades, que as instituições em pauta confirmam como essencial para o País a concretização de tal projeto.

Outorgando a si mesmo o privilégio de idealizar outro cotidiano em liberdade, e movido pela intimidade maior de sua fantasia, um conhecimento mais amplo e diverso do mundo ganha corpo, e se instala no desejo dos homens e mulheres promovendo os indivíduos a sujeitos e responsáveis pela sua própria humanidade. De consumidores passa-se a investidores na artesania do mundo. Por ser assim, persegue-se uma sociedade em que a qualidade da existência humana é buscada como um bem inalienável.

Liberdade, espontaneidade, afetividade e fantasia são elementos que fundam a infância. Tais substâncias são também pertinentes à construção literária. Daí, a literatura ser próxima da criança. Possibilitar aos mais jovens acesso ao texto literário é garantir a presença de tais elementos – que inauguram a vida – como essenciais para o seu crescimento. Nesse sentido é indispensável a presença da literatura em todos os espaços por onde circula a infância. Todas as atividades que têm a literatura como objeto central serão promovidas para fazer do País uma sociedade leitora. O apoio de todos que assim compreendem a função literária, a proposição é indispensável. Se é um projeto literário é também uma ação política por sonhar um País mais digno.

Bartolomeu Campos de Queirós
Junho de 2009