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sábado, 28 de novembro de 2009

Duque de Caxias FC

A Série B do Campeonato Brasileiro 2009 chegou ao seu final, tendo o Vasco como campeão, e acompanhando este, estará ano que vem na elite do futebol brasileiro Ceará, Guarani e Atlético-GO. Mas este texto foi feito para homenagear o Duque de Caxias FC que terminou o campeonato em 8° lugar, após vencer a Ponte Preta (27/11), por 4x1. O Caxias poderia ter ficado em 7°, mas perdeu no critério de desempate (Saldo de Gols) para o São Caetano.
O Caxias terminou o campeonato com os seguintes números: 8° lugar com 54 pontos, 15 vitórias, 9 empates, 14 derrotas, 55 gols prós, 55 gols contra, saldo 0 e 47% de aproveitamento. Uma pena que no último jogo já citado acima e que ocorreu em Volta Redonda teve o púplico pagante de 5 pessoas. O que nos faz pensar os motivos dos jogos não serem disputados em Caxias. Este ano alguns jogos foram disputados no estádio do Tigres em Xerém e teve uma média de público melhor do que a obtida em Volta Redonda. Queremos o Time perto de nós.
Um pouco da história do clube: o Duque de Caxias foi fundado em 08 de março de 2005. No ano seguinte conseguiu a vaga para a disputa da Segunda Divisão do Campeonato Carioca, depois de ser campeão invicto da seletiva que dava vagas na competição. No mesmo ano, disputou a Segunda Divisão, onde chegou à fase final. Entretanto, não conseguiu o acesso à Primeira Divisão, pois ficou em 6º lugar. No ano de 2007, a equipe disputou a Copa Rio no primeiro semestre. Fez uma excelente campanha, terminando na 6ª posição, que mais tarde lhe daria a vaga para o Campeonato Brasileiro Série C de 2008. No segundo semestre de 2007, o Duque de Caxias disputou a Segunda Divisão Carioca. A equipe terminou a competição em 5º lugar. Como nesse ano as cinco melhores equipes subiam para a primeira divisão, pois a FFERJ desejava que o Campeonato Carioca fosse aumentado para dezesseis times, a equipe garantiu o acesso inédito à elite do futebol carioca. Em 2008, o Duque de Caxias estreou no Campeonato Carioca de Primeira Divisão. A equipe caxiense terminou em 12º lugar, assegurando a última vaga para a Copa Rio de 2009. No segundo semestre, a equipe disputou a Copa Rio com um time muito desfalcado, e terminou em 6º lugar. Com a desistência da Associação Desportiva Cabofriense, que disputaria a Série C do Campeonato Brasileiro por ter sido vice-campeã da Copa Rio de 2007, e, ainda com com a recusa também de Bangu Atlético Clube, Nova Iguaçu Futebol Clube e Olaria Atlético Clube (3º, 4º, e 5º lugares respectivamente), o Duque de Caxias ganha a vaga para o Série C do Campeonato Brasileiro de 2008. O time ficou em 4º lugar na classificação geral na competição, garantindo assim a inédita vaga para o Campeonato Brasileiro da Série B de 2009. Em 2009, no primeiro semestre, o Duque de Caxias disputou o Campeonato Carioca a campanha foi irregular, e o clube terminou o campeonato na 13ª colocação.
Parabéns ao Caxias um time novo que vem demonstrando um bom futebol e competitividade. Duque de Caxias serve de exemplo aos times pequenos do Rio de Janeiro, mostrando que eles também podem disputar campeonatos importantes.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Inauguração da nova sede do ComCausa

Periferia Sustentável



De hoje até o dia 26 de novembro os alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, promovem o III Seminário Periferia Sustentável.
O evento pretende articular os saberes acadêmicos com os fazeres artísticos, culturais e educacionais produzidos pela galera da periferia.

O evento terá palestras, conferências, oficinas e eventos culturais e será realizado no campus da FEBF, que fica na Rua General Manoel Rabelo, s/nº, na Vila São Luiz em Duque de Caxias.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site do evento: http://www.periferiasustentavel.com/

O prêmio mais gostoso do cinema brasileiro



Pela quinta vez consecutiva o Cineclube Mate Com Angu, premia as melhores produções exibidas ao longo do ano nas suas sessões. Serão três produções premiadas com o troféu Angu de Ouro ( o prêmio mais gostoso do cinema nacional), o troféu que cada ano é confeccionado por um artista da região, foi produzido para essa edição pelo multi-artista Pablo Pablo.
Depois da sessão vai haver festa com o Dj João Xavi, que está de malas para prontas para a Europa.
O público que estiver presente na sessão pode votar e escolher o seu filme preferido, e os filmes que estão concorrendo são os seguintes:

Muro
De Tião.
Sinopse: Alma no vazio, deserto em expansão.
Brasil/PE, 2008, 18', cor e p&b, 35mm

Casa de Lama
De Rafael Chagas
Sinopse: O que fazer enquanto sua casa é alagada? Assim foi filmado e editado o filme.
Cabo Frio, RJ 5’:02” cor, digital

A Piscina do Peri
De: Fábio Galvão, Renato Dias, Chico Serra (Tv Morrinho)
Sinopse: O que acontece quando Peri resolve construir uma piscina no Morrinho e seu Vizinho Dricó está por perto? Episódio produzido para o canal Nickelodeon. Os realizadores do filme são de periferia.
Rio de Janeiro, 4’ cor

Trópico das Cabras
De: Fernando Coimbra
O casal em crise que parte do litoral para o interior de São Paulo num Chevette, para salvar ou perder de vez sua relação. Aos poucos, se entregam a um estranho jogo sexual com os desejos mais obscuros e secretos. Um jogo de atração e repulsão.
24’

Jornada ao umbigo do mundo
De: Alex Cassal e Alice Ripoll
Um grupo de guerreiros em uma viagem perigosa por uma paisagem em constante mutação. Em sua trajetória, estes heróis são devorados, desmembrados, irremediavelmente transformados pelo mundo que habitam. Um mundo de corpos que dançam, em que os limites e códigos corporais se transfiguram em novas possibilidades de significado e convivência.
06’:45”

Os Filmes que não Fiz
De: Gilberto Scarpa
Nos moldes dos documentários em que diretores de cinema famosos falam de seus filmes, com o respaldo de comentários de grandes atores hollywoodianos sobre seu talento e genialidade, "Os Filmes que não fiz" mostra de forma divertida e cínica a filmografia de um realizador completamente desconhecido que tem muitos projetos e roteiros, mas não tem nenhum filme produzido.
MG 2008, 16’

Suzy Brasil: a Deusa da Penha Circular
De Renata Than.
Suzy Brasil, a drag queen que hipnotiza platéias com seus shows em boates no Rio de Janeiro. Marcelo, o pacato professor de biologia do ensino médio. Ambos moradores da Penha Circular, coincidência?
Doc. Rio de Janeiro 20’

Sweet Karolyne
De: Ana Bárbara Ramos
Nem Elvis, nem Jarbas morreram. É tudo uma grande invenção
PB, 15'

Para Limpar Lágrimas
De: Paulo Leminski,Cristiana Miranda . inopse: A obra de Paulo Leminski do ponto de vista de quem vê de dentro de um diamante. Uma orquestração de relâmpagos. Um poema de amor
Doc . 10 Min . RJ. 2008

Release da Posse dos Novos Conselheiros para o Conselho Municipal de Cultura Biênio 2010 – 2011

O Conselho Municipal de Cultura e a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Duque de Caxias promoverão a posse festiva dos novos Conselheiros Municipais de Cultura, Titulares e Suplentes, para o Biênio 2010-2011, no dia 24 de Novembro de 2009, às 17:30 na sede da Secretaria, Praça Roberto Silveira nº 31, 3º andar, Jardim 25 de Agosto, Duque de Caxias - RJ.



Neste ato serão empossados, os Conselheiros representantes da Sociedade Civil, eleitos na III Conferência Municipal de Cultura de Duque de Caxias, etapa da II Conferência Nacional de Cultura, realizada nos dias 25, 26 e 27 de Setembro de 2009, e os Conselheiros representantes do Poder Público, indicados pelos Órgãos Governamentais descritos na Lei 1.914. Na ocasião serão entregues Certificados e as Carteiras aos novos Conselheiros.



Pela Sociedade Civil foram eleitos na III Conferência:



1. Como Representante do Programa de Formação e Educação Comunitária – PROFEC na Cadeira de Artes Cênicas: Wilton Cruz, tendo como Suplente: Fabiana Michele Paixão Correa;



2. como Representante do Lar Dos Pimentinhas, Creche, Maternal e Jardim na Cadeira de Artes Plásticas: Cássia Ferreira da Silva, tendo como Suplente: Marco Aurélio Correa Bomfim;



3. como Representante do Instituto Mulheres com Propósito na Cadeira de Artesanato: Marcia Nascimento Francisco de Araújo, tendo como Suplente: Lia Maria Marcello Motta;



4. como Representante da Associação Cultural, Educacional e Social Manoel Aristides Santos – A.C.E.S.M.A.S. na Cadeira de Audiovisual: Renildo Gomes da Silva, tendo como Suplente: Francisca Raquele Barbosa Bernardi;



5. como Representante da Associação Carnavalesca de Duque de Caxias – ACDUC na Cadeira de Cultura Popular: Antonio Mendes Freire, tendo como Suplente: Roberto Alves Fonseca;



6. como Representante da Universidade do Grande Rio – UNIGRANRIO na Cadeira de Empresariado: José Geraldo da Rocha, tendo como Suplente: Maria Rita Resende Martins da Costa Braz;
7. como Representante da Associação de Capoeira Casa do Engenho. na Cadeira de História, Patrimônio Arqueológico, Arquitetônico, Artístico e Cultural: Walace Rocha dos Santos, tendo como Suplente: José Roberto Domingos;



8. como Representante do Centro Aplicado de Educação Multi-étnica – CAPEM na Cadeira de Literatura, Bibliotecas e Salas de Leitura: Daniela Francisca da Rocha, tendo como Suplente: João Costa Batista;



9. como Representante do Grupo Tia Angélica – GTA na Cadeira de Movimentos Populares: Sergio Ricardo de Souza, tendo como Suplente: João Carlos de Jesus Ferreira;



10. como Representante da Sociedade Musical e Artística Lira de Ouro na Cadeira de Música: Paulo Roberto Teixeira Lopes, tendo como Suplente: André Luiz Lopes Vianna;



11. como Representante do Espaço Cultural Afrodance na Cadeira de Produtores Culturais: Bernardete Pereira da Silva Calixto, tendo como Suplente: Suely Pereira da Silva Calixto;



Pelo Poder Público foram indicados:





1. Como Presidente, cumprindo o que reza a Lei 1914 a Secretária Municipal de Cultura e Turismo: Ana Lucia Fernandes Jensen;



2. como o outro representante da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo: Roberto Gaspari Ribeiro, tendo como Suplente: Alexandre dos Santos Marques;



3. como Representante da Secretaria Municipal de Assistência Social: Raul Elias de Souza Ribeiro, tendo como Suplente: Bárbara da Silva Santos;



4. como Representante da Secretaria Municipal de Educação: Felipe Lacerda de Melo Cruz, tendo como Suplente: Flávio José do Bonfim;



5. como Representante da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer: Gilson Ávila Ribeiro, tendo como Suplente: Sidnei Soares Pereira;



6. como Representante da Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo: Carlos Sérgio Mendonça Dacier Lobato, tendo como Suplente: Mauri Vieira da Silva;



7. como Representante da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento: Raslan Abbas Muhssen, tendo como Suplente: Mauro Barbosa Carvalhaes;



8. como Representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico: Carlos Alberto Souza de Miranda, tendo como Suplente: Neysa Yane Barreto Ayache;



9. como Representante da Secretaria Municipal de Governo (Assessoria de Comunicação): Fernanda Pereira da Silva, tendo como Suplente: Luciana de Figueredo Morais;



10. como Representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento: Aldair Alves de Souza, tendo como Suplente: Ovídio Simas Ferreira;



11. como Representante da Câmara Municipal de Duque de Caxias: Tania Maria da Silva Amaro de Almeida, tendo como Suplente: Roselena Braz Veillard.



A III Conferência Municipal de Cultura de Duque de Caxias foi Etapa da II Conferência Nacional, e por isso definiu Delegados para a Conferência Estadual de acordo com o número de envolvidos nas pré-conferências e na Conferência. Como tivemos 380 pessoas, como número total de participantes, das pré-conferências, que aconteceram nos meses de junho, julho e agosto, respectivamente em Xerém, Imbariê e Jardim Primavera até a III Conferência, nossa cidade se credenciou a enviar 19 Delegados (5% do total), 2/3 da Sociedade Civil e 1/3 do Poder Público, para a Conferência Estadual que acontecerá nos dias 14 e 15 de dezembro de 2009, na cidade do Rio de Janeiro.

O Regimento Interno da III Conferência Municipal definiu que serão os onze Conselheiros da Sociedade Civil eleitos, os dois subsequentemente mais bem votados e mais seis indicados pelo Poder Público para compor a delegação de Duque de Caxias para a Conferência Estadual de Cultura.



Na posse contaremos ainda com as seguintes atividades culturais:



1) Exposição organizada pelos Conselheiros da Cadeira de Artes Plásticas: Cássia Ferreira da Silva e Marco Aurélio Correa Bomfim, como representantes do Lar Dos Pimentinhas, Creche, Maternal e Jardim;



2) Apresentação de Dança organizada pelos Conselheiros da Cadeira de Produtores Culturais: Bernardete Pereira da Silva Calixto e Suely Pereira da Silva Calixto, como representantes do Espaço Cultural Afrodance;



3) Apresentação de Maculelê organizada pelos Conselheiros da Cadeira de História, Patrimônio Arqueológico, Arquitetônico, Artístico e Cultural: Walace Rocha dos Santos e José Roberto Domingos como representantes da Associação de Capoeira Casa do Engenho;



4) Apresentação Teatral organizada pelos Conselheiros da Cadeira de Artes Cênicas: Wilton Cruz e Fabiana Michele Paixão Correa como representantes do Programa de Formação e Educação Comunitária – PROFEC.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

4° Jornada Cultural na Baixada Fluminense

4° EON Batalha em Santa Lucia

A Estratégia de Transformação Social em Malatesta

LINK: http://www.alquimidia.org/farj/index.php?mod=pagina&id=4058

Por Felipe Corrêa

A proposta de transformação social em Malatesta tem como guia o
anarquismo. Sendo este entendido pelo italiano não como sistema
filosófico, mas como ideologia, possuindo então o objetivo transformar a
realidade do sistema capitalista e estatista em socialismo libertário, ou
como ele se referia, em “anarquia”, sendo ela entendida como “sociedade
organizada sem autoridade”. Dessa maneira, o “anarquismo é o método para
realizar a anarquia”.[1]

Assim compreendido, o anarquismo de Malatesta é voluntarista, ou seja, não
se baseia na concepção de que o socialismo, ou mesmo a anarquia, é
inevitável, ou uma conseqüência obrigatória do desenvolvimento da
sociedade. Baseia-se, ao invés disso, na concepção de que só a vontade
organizada do povo é capaz de produzir a transformação social necessária,
realizando a revolução social e abrindo caminho ao socialismo com
liberdade.

Para Malatesta, o socialismo é um sistema em que “ninguém possa explorar o
trabalho de outrem, graças à monopolização dos meios de produção; que
ninguém possa impor sua própria vontade a outros por meio da força bruta
ou, o que é pior, graças à monopolização do poder político”.[2] A
liberdade, ou “liberdade social” é a “igual liberdade para todos, e uma
igualdade de condições que possa permitir a todos e a cada um agir como
bem entende, tendo, como único limite, o que impõem as necessidades
naturais inelutáveis e a igual liberdade de todos”.[3]

Malatesta, para a realização desta transformação, concebeu uma certa
estratégia que buscava encontrar os meios necessários para que chegasse ao
fim desejado. Tratou, insistentemente, da questão da organização,
polemizando com anarquistas individualistas e anti-organizacionistas,
argumentando que “permanecer isolado, agindo ou querendo agir cada um por
sua conta, sem se entender com os outros, sem preparar-se, sem enfeixar as
fracas forças dos isolados, significa condenar-se à fraqueza, desperdiçar
sua energia em pequenos atos ineficazes, perder rapidamente a fé no
objetivo e cair na completa inação”[4] Para ele, o remédio contra a
exploração, e mesmo contra o isolamento, é a organização.

Concebida como “coordenação de forças com um objetivo comum, e obrigação
de não promover ações contrárias a este objetivo”[5] a organização é a
única forma de articular o povo, transformando a força que nele está
latente em força real. Com organização, pode haver aumento progressivo
desta força social, oferecendo a possibilidade de imprimir à sociedade tal
transformação social desejada.

Desta forma, a organização é pensada em quatro perspectivas “a organização
em geral, como o princípio e condição da vida social, hoje, e na sociedade
futura; a organização do partido anarquista e a organização das forças
populares.”[6] A organização do sistema atual, ou seja, o ponto de
partida, a organização da sociedade futura, ou seja, o ponto de chegada.
Neste esquema estratégico, entram a organização das forças populares e do
próprio anarquismo como meios de se sair de onde está para se chegar onde
se deseja.

Para tanto, Malatesta propôs um modelo de organização anarquista que fosse
concebida como “o conjunto dos indivíduos que têm um objetivo em comum e
se esforçam para alcançá-lo, é natural que se entendam, unam suas forças,
compartilhem o trabalho e tomem todas as medidas adequadas para
desempenhar esta tarefa”[7]. Organização esta, que trabalha com certa
disciplina, entendida como “a coerência com as idéias aceitas, a
fidelidade aos compromissos assumidos, é se sentir obrigado a partilhar o
trabalho e os riscos com os companheiros de luta”[8]. Esta organização
está articulada no âmbito político e ideológico e tem como objetivo a
aplicação de uma política revolucionária nos movimentos populares, que são
fruto da luta de classes, garantindo que seus meios de luta apontem para
os fins desejados.

Para tanto, segundo o italiano, a organização anarquista deve buscar
inteiração com estes movimentos populares, que na sua época eram mais
claramente identificados nos sindicatos. Este âmbito social – constituído
pelos movimentos sociais ou “movimentos de massa”, como eram conhecidos –
se devidamente organizado, pode promover a revolução social. Apesar disso,
recomendava Malatesta que estes movimentos não devem ser “ideologizados”
pelos anarquistas – ele não defendia, por exemplo, sindicatos anarquistas
– mas sim, serem o espaço privilegiado de propaganda ideológica do
anarquismo. Portanto, uma inteiração entre a organização anarquista e os
movimentos populares não anarquistas seria inevitável.

A partir desta inteiração, escreveu Malatesta, “queremos agir sobre ela [a
massa] e impeli-la ao caminho que acreditamos ser o melhor, mas como nosso
objetivo é libertar e não dominar, queremos habituá-la à livre iniciativa
e à livre ação”.[9] Considerando a organização anarquista uma organização
de minoria ativa, que atua no seio dos movimentos populares de forma
antiautoritária, Malatesta defende sua posição:

"Não queremos ‘esperar que as massas se tornem anarquistas’ para fazer a
revolução; tanto mais de que estamos convencidos de que elas nunca se o
tornarão se inicialmente não derrubarmos, pela violência, as instituições
que as mantêm em escravidão. Como precisamos do concurso das massas para
constituir uma força material suficiente, e para alcançar o nosso objetivo
específico que é a mudança radical do organismo social graças à ação
direta das massas, devemos nos aproximar delas, aceitá-las como elas são
e, como parte das massas, fazê-las ir o mais longe possível. Isso, se
quisermos, evidentemente, trabalhar de fato para realizar, na prática,
nossos ideais, e não nos contentar em pregar no deserto, para a simples
satisfação de nosso orgulho intelectual."[10]

Portanto, desta forma, é inevitável um confronto do anarquismo, manifesto
por meio da organização anarquista, com a realidade da luta de classes,
onde estão pessoas de ideologias diferentes. Assim, este “anarquismo
social” de Malatesta, longe de fechar-se em si mesmo, amplia-se, buscando
influenciar os movimentos e lutas sociais o quanto for possível, por meio
da propaganda, fazendo com que funcionem “da maneira mais libertária
possível”. Isto significa, na prática, influenciá-los às práticas
classistas, combativas, autônomas, de ação direta e democracia direta.

Nesta inteiração do âmbito político com o social, Malatesta recomendava
aos anarquistas não confundirem os meios (os movimentos populares) com os
fins (o socialismo libertário). Dizia ele que “o movimento operário não é
mais do que um meio – embora não há dúvida de que é o melhor meio de que
dispomos. Mas eu me recuso a aceitar esse meio como um fim.”[11] Os
anarquistas devem, portanto, “seguir sendo anarquistas manter-se sempre em
entendimento com os anarquistas e lembrar que a organização operária não é
um fim, mas simplesmente um dos meios, por importante que seja, para
preparar o advento da anarquia”[12]. Por este motivo, parte do trabalho da
organização anarquista, quando em contato com os movimentos populares, é
defender uma visão de longo prazo, ou seja, um projeto político
revolucionário que faça do movimento um meio para a sociedade futura e não
um fim em si mesmo. No entanto, este meio constituído movimentos em luta,
ao invés de buscar somente um fim distante, do socialismo libertário, é
também responsável pela mobilização que deve conquistar e promover a
melhoria das vidas do povo. Assim, são incitados “os trabalhadores a
querer impor todas as melhorias possíveis e impossíveis, e é por isso que
gostaríamos que eles não se resignassem a viver em más condições hoje,
esperando o paraíso futuro”.[13] Para que estas conquistas aconteçam,
Malatesta recomenda:

"é preciso arrancar do governo e dos capitalistas todas as melhorias de
ordem política e econômica que podem tornar menos difíceis para nós as
condições da luta e aumentar o número daqueles que lutam conscientemente.
É preciso, portanto, arrancá-las por meios que não impliquem o
reconhecimento da ordem atual e que preparem o caminho ao futuro."[14]

A luta de classes, expressa na luta dos movimentos populares, pode então
melhorar imediatamente a vida daqueles que estão em luta, mas também pode
ser a força que aponta para a revolução social.

Malatesta colocava ser impossível a separação da revolução social e da
violência. Enfatizava, que esta revolução, “conduzida como a concebem os
anarquistas, é a menos violenta possível; ela procura interromper toda
violência tão logo cesse a necessidade de opor a força material à força
material do governo e da burguesia”[15]. Tão logo o funcionamento do
socialismo libertário esteja garantido, a violência deverá ser
interrompida. Continua Malatesta sobre a violência, enfatizando:

"Os anarquistas só admitem a violência como legítima defesa; se hoje eles
são a favor da violência é porque consideram que os escravos estão sempre
em estado de legítima defesa. Mas o ideal dos anarquistas é uma sociedade
na qual o fator violência terá desaparecido completamente e este ideal
serve para frear, corrigir e destruir este espírito de violência que a
revolução, como ato material, teria a tendência a desenvolver."[16]

Grande parte dos escritos de Malatesta busca ainda advertir para os meios
equivocados de se buscar a transformação social. Em especial, como foi
muito colocado por toda tradição clássica anarquista, a incapacidade de o
Estado ser um meio adequado para a transformação social, posição defendida
pela escola autoritária do socialismo durante toda a história.
Independente se a “conquista” do Estado é feita pela revolução ou por
meios reformistas, o fato é que Malatesta também defendeu, assim como
Bakunin no seio da AIT, que a partir do momento que se conquista o Estado,
aqueles que querem ser protagonistas da transformação, terminam como uma
nova classe de exploradores. Em relação aos revolucionários, Malatesta fez
críticas à concepção autoritária de socialismo, que considera o Estado e a
ditadura como meios de se chegar ao comunismo. Para Malatesta, a posição
dos comunistas autoritários sustenta “a ditadura de um partido, ou melhor,
dos chefes de um partido; é uma ditadura verdadeira, no sentido próprio do
termo, com seus decretos, suas sanções penais, seus agentes de execução e,
sobretudo, sua força armada”.[17]

Em relação à estratégia eleitoral dos socialistas reformistas, colocou que
“somos firmemente contrários a toda participação nas lutas eleitorais e a
toda colaboração com a classe dominante; queremos aprofundar o abismo que
separa o proletariado do patronato e tornar a luta de classes cada vez
mais aguda”[18]. Os reformistas, quando se propuseram à conquista do poder
político do Estado pelas eleições, “não podiam senão moderar cada vez mais
seu programa, pôr-se a estabelecer relações de colaboração mais ou menos
disfarçada com as classes burguesas, procurar amigos e proteção nas
esferas governamentais, sufocar o espírito revolucionário que despertavam
nas massas”.[19]

Assim, por meio da discussão dos meios adequados e não adequados para a
transformação social desejada pelos anarquistas, Malatesta defende a
máxima libertária, da coerência entre fins e meios, quando escreve que “os
fins e os meios estão intimamente ligados, sem dúvida nenhuma, se bem que
a cada fim corresponde, de preferência, tal meio, ao invés de tal outro;
assim, também, todo meio tende a realizar o fim que lhe é natural,
inclusive fora da vontade daqueles que empregam este meio, e contra
ela”.[20]

Nada mais atual, se observarmos com cuidado a história.


Notas::

1. Errico Malatesta. “Anarquismo y Anarquia”. Excerto de Pensiero e
Volontà, 1 de setembro de 1925. In: Vernon Richards. Malatesta:
pensamiento y acción revolucionarios. Buenos Aires: Anarres, 2007 p. 21.
2. Idem. “Socialismo e Anarquia”. In: Anarquistas, Socialistas e
Comunistas. São Paulo: Cortez, 1989 p. 7.
3. Idem. “Enquanto Isso...”. In: Anarquistas, Socialistas e Comunistas p.
101.
4. Idem. “A Organização II”. In: Escritos Revolucionários. São Paulo,
Imaginário, 2000 p. 55.
5. Ibidem. p. 59-60.
6. Idem. “A Organização I”. In: Escritos Revolucionários p. 49.
7. Idem. “A Organização II”. In: Escritos Revolucionários p. 55.
8. Idem. “Ação e Disciplina”. In: Anarquistas, Socialistas e Comunistas p.
24.
9. Idem. “Enfim! O que é a ‘Ditadura do Proletariado’”. In: Anarquistas,
Socialistas e Comunistas p. 87.
10. Idem. “A Propósito da Revolução”. In: Anarquistas, Socialistas e
Comunistas p. 55.
11. Idem. “Sindicalismo: A Crítica de um Anarquista”. In: George Woodcock
(org). Os Grandes Escritos Anarquistas. Porto Alegre: LP&M, 1998 p. 208.
12. Idem. “Los Anarquistas y los Movimientos Obreros”. Excerto de Pensiero
e Volontà, 16 de abril de 1925. In: Vernon Richards. Malatesta:
pensamiento y acción revolucionarios p. 122.
13. Idem. “Quanto Pior Estiver, Melhor Será”. In: Anarquistas, Socialistas
e Comunistas p. 67.
14. Idem. “‘Idealismo’ e ‘Materialismo’”. In: Anarquistas, Socialistas e
Comunistas p. 141.
15. Idem. “Uma Vez Mais sobre Anarquismo e Comunismo”. In: Anarquistas,
Socialistas e Comunistas p. 70.
16. Ibidem.
17. Idem. “Carta a Luigi Fabbri sobre a ‘Ditadura do Proletariado’”. In:
Anarquistas, Socialistas e Comunistas p. 60.
18. Idem. “Os Anarquistas e os Socialistas – Afinidades e Oposições”. In:
Anarquistas, Socialistas e Comunistas p. 32.
19. Idem. “No Campo Socialista”. In: Anarquistas, Socialistas e Comunistas
p. 45.
20. Idem. “Socialismo e Anarquia”. In: Anarquistas, Socialistas e
Comunistas p. 6.


--
Federação Anarquista do Rio de Janeiro - FARJ
farj@riseup.net
www.farj.org

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Fotos do CineFEBF_Consciência Negra: Quem tem?





Valeu a tod@s que participaram para que essa sessão acontecesse. Um abraço especial para o Thiaguinho (nosso Web desing), Lúcia, Coutinho, Thiago Leite, Romeica, Zene, Barba, monique, Kdu, Thaís... geral que mandou boas energias.
Brigadão ao Antonio Carlos da Biblioteca Comunitária Solano Trindade por trazer as poesias. O varal estava Show!

Boracaxias

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mês da Consciência Negra

A partir da década de 1970 o movimento negro brasileiro passou a se reorganizar e reivindicar o 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, como dia nacional da Consciência Negra. Essa data é uma crítica ao 13 de maio e parte de 2 premissas: A liberdade não foi um presente dos brancos e nem gerou a reparação de 300 anos de escravidão. Dessa forma, novembro surge como um novo pólo de afirmação política e ideológica.
Esse é o momento para lembrar que as nossas terras trópicais foram lavadas com o sangue negro. Entender que o negro foi um tempero quente e forte, lançado no caldeirão de barro que, junto com o sangue indígena e do europeu, formaram essa face morena. O negro africano deglutinou e foi deglutinado pelo Brasil. Foi tragado pelas entranhas desse gigante dos trópicos. Antropofagia de Mario de Andrade...
Hoje os negros, seus descendentes e suas misturas dão ao Brasil uma tonalidade singular. LINDA!
Não estamos aqui para dizer que está tudo bem com os negros e que eles estão às mil maravilhas. NÃO. Temos que desmitificar a democracia racial, lutar contra o preconceito e enfrentar o fato dos negros ocuparem a base da pirâmide social, com os piores cargos e salários. No entanto, para realizar essa crítica, nos inspiraremos em Solano Trindade, que com arte fez política e com poesia apresentou um negro humano, brasileiro e lutador. Por falar nisso... EU QUERO O MUSEU SOLANO TRINDADE!

Por Henrique Silveira

OFÍCIO DA COMTREM PARA AS AUTORIDADES E ENTIDADES

Prezado(a) Senhor(a):

A COMTREM (Comissão de Luta pelo Trem), movimento popular que se articula na defesa e melhoria do transporte ferroviário nas cidades de Duque de Caxias, Magé e Guapimirim-RJ, vem solicitar apoio para as necessárias melhorias urgentes no ramal Vila Inhomirim, com a implantação do trem VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) nos moldes já implantados em outras cidades brasileiras.O ramal Vila Inhomirim, administrado pela Super Via, tem 15 km de malha ferroviária com trens movidos por antigas e precárias locomotivas a diesel. Estes levam 45 minutos para percorrer o pequeno trecho que atende a grandes populações dos municípios de Duque de Caxias e Magé; com parada nas estações de Saracuruna, Parada Morabi, Imbariê, Manoel Belo (Santa Lúcia), Parada Angélica, Piabetá, Fragoso e Raiz da Serra.Dada a situação de abandono do ramal, com serviços de péssima qualidade e precárias condições dos trens em uso, que não atendem à demanda da população local. E com base em informações adquiridas com a CBTU (Cia Brasileira de Trens Urbanos) vemos na implantação do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) no ramal de Vila Inhomirim, a possibilidade de uma modernização viável, rápida e eficaz. Oferecendo um serviço de transporte ferroviário digno, de qualidade e eficiente para seus passageiros com viagens mais rápidas, seguras, confortáveis e contínuas.O VLT - Veículo Leve Sobre Trilhos é um trem moderno, fabricado no Brasil, movido a combustíveis diversos, que utiliza trilho de bitola de 1 metro , os mesmos usados nos 15 km do ramal de Vila Inhomirim (o que, certamente, favorece a sua implantação) além de atender, em outros aspectos, especificidades da região.A melhoria do ramal de Vila Inhomirim contribuirá em muito com o desenvolvimento humano e local da região, favorecendo a acessibilidade/locomoção de trabalhadores e estudantes, incentivando o comércio local e a geração de trabalho e renda na região.Contamos com vosso apoio na sensibilização do governo do Estado do Rio de Janeiro, a fim de que seja encaminhado e realizado os investimentos necessários para implantação do VLT no sistema ferroviário do Ramal Vila Inhomirim. Atenciosamente,COMTREM (Comissão de Luta pelo Trem)

comtrem.comissaodelutapelotrem@gmail.com

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Relato do Forum de Juventude

Antes de qualquer coisa gostaria de dizer que se você recebeu esse e-mail é por que você faz parte dos aproximados 18% da população de jovens de Duque de Caxias ou então é um jovem atuante, que não aceita ficar quieto diante das injustiças desse mundo.

Talvez você não saiba, mas nos últimos dias ocorreu em nossa cidade um evento intitulado com “FÓRUM MUNICIPAL DA JUVENTUDE DE DUQUE DE CAXIAS”, fórum esse pouco ou nada publicizado, digo isso, pois em nenhum momento vi um folheto, faixa, divulgação em rádio, carro de som, jornal, e-mail, comunidade de Orkut, MSN ou outro meio de comunicação, as forças políticas do município também não foram convocadas, apenas as que fazem parte do grupo do atual governo (DEM, PV e PSDB), governo esse que convocou tal fórum, o que é inadmissível.

Desculpe-me a expressão chula que irei usar para definir esse evento, para mim esse fórum foi feito “nas coxas” debaixo dos panos?? e no apagar das luzes.

Mas nem tudo está perdido, em pleno domingo de sol, onde muitos gostariam de está na praia ou dormindo um pouco mais, mas ao invés disse um grupo de jovens se reuniram no Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense em Caxias num encontro de juventude, estavam presentes nesse encontro entidades como a Pastoral da Juventude, JSB, PVNC, Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, PROFEC, Projeto Luar de Dança, Irmãs Catequistas Franciscanas, entre outras entidades, confesso que mesmo já tendo participado de outros encontros de juventude em outros lugares, fiquei impressionado ao ver aquele grupo expressando suas opiniões, com a vontade de fazer algo realmente sério, da forma que deve ser.

É muito estranho esse interesse do poder público na formação desse conselho de juventude, pois é para isso que serve o fórum, para constituir o conselho municipal de juventude, conselho esse que pensará no PPJ (Políticas Públicas para Juventude), será que esse interesse não é porque nos próximos anos o governo municipal receberá muitas verbas de programas destinados para juventude e que precisará do aval de um conselho? E o que podemos esperar de um conselho convocado pelo poder público? Será que esse conselho irá lutar pela nossa juventude, nossos interesses ou irá ser mais um braço do governo?

Não podemos aceitar isso.

É por isso que conto com você nessa luta, talvez você faça parte de alguma entidade, seja uma liderança na sua comunidade ou então seja apenas um jovem que anseia por justiça, por igualdade e por um futuro melhor.

Dia 28/11 às 17h está marcado um novo encontro na sede do Sindicato dos Bancários de Caxias, gostaria da sua presença lá.



“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros”.(Ernesto Guevara de la Serna)

Por Douglas Moreira - JSB CAXIAS

sábado, 7 de novembro de 2009

10º Seminário Nacional do CUCA


Previsto para acontecer na cidade do Rio de Janeiro, com o tema Juventude, Cultura e Política, o evento vai reunir integrantes do CUCA de todo Brasil, diretores de cultura de entidades estudantis estaduais e de DCEs e representantes de Pontos de Cultura.

O Seminário do CUCA deverá promover a integração e o fortalecimento dos vínculos entre a rede dos estudantes e a rede dos pontos de Cultura, além de estabelecer trocas de saberes e consolidar redes de solidariedade e intercâmbio cultural. O Seminário discutirá de forma aprofundada os temas referentes às relações entre cultura, juventude e política, em sintonia com as resoluções dos Fóruns Nacionais dos Pontos de Cultura.

O 10º Seminário Nacional do CUCA realizará sua abertura com um debate sobre seu próprio tema. Essa discussão contará com convidados da UNE, da Secretaria Nacional de Juventude, Ministério da Cultura e da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, parceiros do evento.

Veja mais no Blog do evento http://seminariocuca.blogspot.com/

Situação do Estado



A UERJ vem sofrendo um processo de anos de precarização causada pela falta de repasse de recursos do estado. Os últimos 10 anos foram particularemnte bastante áridos para a Universidade: falta tudo, desde rajuste salarial até concursos para novos servidores.

Diego Novaes

Vale Cultura

Aprovado o Projeto de Lei nº 5.789/2009, que institui o Programa de Cultura do Trabalhador e cria o Vale-Cultura. O texto, que tramita em regime de urgência, seguirá para o Senado Federal onde terá 45 dias para ser analisado e votado pelos parlamentares.

O vale mensal de R$ 50 poderá ser distribuído a trabalhadores de empresas privadas que recebam até cinco salários mínimos. O benefício visa incentivar a frequência a teatros, cinemas, museus, shows, além da aquisição de livros e outros produtos culturais.

O texto aprovado refere-se ao substitutivo da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), de autoria da deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que estende o Vale-Cultura aos servidores públicos e aos estagiários. O texto prevê, ainda, a inclusão de trabalhadores com deficiência que ganham até sete salários mínimos mensais.

Votada e aprovada em separado a emenda - de autoria do deputado Fernando Coruja (PPS-SC) - que estende o Vale-Cultura, com valor de R$ 30, aos aposentados que recebam até cinco mínimos.

Também foi incorporado ao PL 5798/2009 a emenda do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), relator pela Comissão de Educação e Cultura (CEC), que inclui entre os objetivos do programa o estímulo à visitação de estabelecimentos que proporcionem a integração entre a ciência, a educação e a cultura.

Os estabelecimentos que aderirem ao Programa de Cultura do Trabalhador poderão descontar, do imposto de renda devido, o valor gasto com o benefício. A dedução será limitada a 1% do imposto e pode ser usada apenas pelas empresas tributadas com base no seu lucro real.

As áreas definidas pelo PL 5798/2009 para uso do vale são artes visuais, artes cênicas, audiovisual, literatura e humanidades, música e patrimônio cultural. O repasse dos R$ 50 deverá ser feito, preferencialmente, por meio de cartão magnético. O vale em papel só será permitido quando for inviável o uso do cartão.