Ação Cultural: Quem lê sabe mais

Galera, a Ação Cultural foi um sucesso! Tentarei, nas linhas que seguem abaixo, descrever o que foi esse evento, mas tenho certeza que não conseguirei sintetizar todos os sentidos e impressões despertadas nessa Ação.

Bom, como todo evento temos os imprevistos e com esse não foi diferente. No sábado pela manhã, recebi um telefonema da Secretaria de Cultura informando que o ônibus que havíamos solicitado para transportar os grupos de Caxias e do Cangulo estava quebrado. Esse fato inviabilizou a presença da Cia de Griôt’s e do grupo Os Mulekes. No improviso, o Antônio Carlos da Biblioteca Comunitária Solano Trindade (BCST) conseguiu uma Kombi para trazer o grupo Onofrevo.

A partir das 13h30min, com um grupo de estudantes e outros moradores do bairro, começamos a fechar a rua, pendurar as poesias do Solano Trindade e montar o mural com fotos de eventos e momentos importantes da comunidade. Diga-se de passagem, que esse foi uma das maiores atrações do evento, pois nesse mural a comunidade se via, se reconhecia e se mostrava para os visitantes, provando que o bairro de Santa Lúcia é muito mais do que as notas sobre violência vinculadas em jornais sensacionalistas.

Em seguida chegou o pessoal do Centro Integrado de Cultura e Cidadania (CICC), da Taquara, e montaram um estande na rua para divulgar o seu trabalho. Outro grupo importante que marcou presença foi o pessoal da Biblioteca Comunitária da Vila Aracy, que também trouxe um mural de fotos com o seu trabalho.

Para as crianças tínhamos pula-pula, tobogã inflável, ping-pong e oficinas de desenhos. O Cristiano e a galera da oficina ficaram rodeados de crianças cheias de vontade de conhecer seus desenhos e loucas para fazer alguns traços. Muito bom. Aproveito para deixar registrada uma crítica feita pelos moradores: o tobogã e o pula-pula eram pagos e muitas crianças não tinham dinheiro. Compreendo a crítica, mas não podíamos alugar os brinquedos, pois não tínhamos grana. Talvez no próximo evento, com a ajuda de mais pessoas, seja possível.

Contamos com uma excelente apresentação de capoeira do mestre Molejo, que a anos trabalha com as crianças da comunidade essa expressão legítima da cultura afro-brasileira. Em seguida, fomos prestigiados com duas lindas apresentações de dança das meninas do Centro Educacional Amadeu Bonson, coordenadas pela professora Daniele. A apresentação com a música “Brasil”, do Cazuza, com certeza provocou a reflexão sobre que Brasil queremos.

Também rolou uma oficina de mandala, de onde as pessoas saiam com um sorriso no rosto e uma mandala na mão. Outro grupo que brilhou muito foi o pessoal da Biocrew. A galera do Douglas coloriu as ruas do bairro com seu grafiti e fez uma batalha de break que arrepiou todo mundo.

Todas as atividades aconteceram com muita empolgação e rodeadas de livros, pois o objetivo da Ação foi chamar a atenção da comunidade para a importância da leitura e divulgar o Projeto Livro de rua, que já está a 4 meses no bairro.

Próximo ao enceramento do evento, o Antônio Carlos (BCST) fez uma importante fala sobre a vida e a obra do poeta Solano Trindade e lançou junto com os grupos presentes, entre eles o coletivo Anti-cinema, o coletivo Coaxo do Brejo, o AngúTV e os grupos já citados ao longo do texto, a campanha pela construção do Museu Solano Trindade em Duque de Caxias.

Enfim, foi um evento maravilhoso, feito na rua, com o povo e para o povo. Numa agradável tarde de outono, sentimos a mesma alegria e determinação do povo de Palmares, de Canudos. Mostramos a força e a beleza de um povo guerreiro: O Povo Brasileiro!

Viva o Povo Brasileiro!

Viva o Poder Popular!