A partir da década de 1970 o movimento negro brasileiro passou a se reorganizar e reivindicar o 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, como dia nacional da Consciência Negra. Essa data é uma crítica ao 13 de maio e parte de 2 premissas: A liberdade não foi um presente dos brancos e nem gerou a reparação de 300 anos de escravidão. Dessa forma, novembro surge como um novo pólo de afirmação política e ideológica.
Esse é o momento para lembrar que as nossas terras trópicais foram lavadas com o sangue negro. Entender que o negro foi um tempero quente e forte, lançado no caldeirão de barro que, junto com o sangue indígena e do europeu, formaram essa face morena. O negro africano deglutinou e foi deglutinado pelo Brasil. Foi tragado pelas entranhas desse gigante dos trópicos. Antropofagia de Mario de Andrade...
Hoje os negros, seus descendentes e suas misturas dão ao Brasil uma tonalidade singular. LINDA!
Não estamos aqui para dizer que está tudo bem com os negros e que eles estão às mil maravilhas. NÃO. Temos que desmitificar a democracia racial, lutar contra o preconceito e enfrentar o fato dos negros ocuparem a base da pirâmide social, com os piores cargos e salários. No entanto, para realizar essa crítica, nos inspiraremos em Solano Trindade, que com arte fez política e com poesia apresentou um negro humano, brasileiro e lutador. Por falar nisso... EU QUERO O MUSEU SOLANO TRINDADE!
Por Henrique Silveira
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